O 23 Milhas é o projeto cultural do Município de Ílhavo. Além de uma vasta programação em diversas áreas artísticas, promove a criação artística, a formação e o pensamento crítico, procurando cultivar a relação entre artistas e espetadores, bem como ativar território e comunidade.
A sua atividade acontece em quatro espaços: Casa da Cultura, Fábrica das Ideias, Cais Criativo e Laboratório das Artes.
Da imaterialidade
Qual a função da cultura no dia a dia?
Os lugares e a cultura sobrevivem sob o efeito da mesma fórmula: gente, tempo e vontade. Ainda que possa ter como referente a produção material, o património imaterial é o verdadeiro responsável pela agregação das comunidades e dos seus territórios. E, por muito bem-intencionado que seja, não há espólio de betão que o possa substituir.
Ílhavo é um território rico em equipamentos culturais. Edifícios arrojados, cuja missão não pode deixar de equacionar o património cultural das suas comunidades. Mas, por mais valorizado e vivenciado que seja, esse património não se basta a si mesmo. É também indispensável confrontá-lo com a contemporaneidade. É preciso ver, ouvir e experienciar - ingredientes fundamentais para sentir, pensar e questionar, fomentando o sentido crítico e a participação cívica. Um intento que pode ser alcançado à luz das atuais práticas da criação e do pensamento.
Ao munir-se de uma identidade coesa, vibrante e contemporânea, um território oferece uma experiência de lugar única – não só a quem nele habita, mas também a quem o observa do exterior. Um aspeto de indiscutível importância, porque a prosperidade de um território não é um mero espelho da riqueza económica que produz.
O 23 Milhas concilia programação cultural exigente e ação de proximidade.
A sua orientação programática busca um constante encontro entre as necessidades e interesses locais e a pertinência e validade das propostas artísticas, procurando cultivar a relação entre criadores e espectadores.
É um projeto de desenvolvimento cultural atento às produções e aos consumos das comunidades, o que não se traduz num constrangimento à sua ação mas numa oportunidade de ampliação da sua intervenção: através de práticas artísticas que facilmente estabelecem pontes com a comunidade – como o circo contemporâneo, a ilustração e a música – e de eventos nos quais esta se envolve enquanto cocriadora - como o Rádio Faneca -, o 23 Milhas inicia processos de relação e de abertura às mais diversas práticas contemporâneas. A mediação é um dos traços distintivos da sua ação cultural.
O projeto vê em todas as atividades uma oportunidade de relação e de sensibilização de públicos. Um traço reforçado pela criação de atividades específicas para famílias, escolas, jovens, seniores e outros públicos. A sua intervenção abrange apoio à criação, experimentação, pesquisa, investigação e formação. Por isso, a par da programação regular de artes performativas e artes visuais, desenvolve quatro programas de ação específicos:
Programa de Residências Artísticas e Apoio à Criação
Programa de Projetos de Investigação e Inovação
Programa Práticas da Cultura
Programa de Formação
O 23 Milhas é um projeto, transversal e inclusivo, que tira partido da lógica policêntrica do povoamento do concelho de Ílhavo, focando-se no território, na comunidade e na relação com o exterior.
Tem três objetivos estratégicos:
Promover as práticas e a participação cultural da comunidade
Contribuir para o desenvolvimento do setor cultural
Reforçar a coesão e a atratividade do território
A relação do concelho de Ílhavo com o mar, iconicamente marcada pelo bacalhau, e a sua ligação com a Vista Alegre, marca, lugar e complexo fabril, posicionam o território como berço de dois dos principais símbolos culturais de Portugal: mar e mesa.
A riqueza imaterial é a verdadeira responsável pela agregação de pessoas e dos seus territórios. A relação de Portugal com a “mesa” é inegável. A mesa é o momento de encontro, partilha e celebração. A gastronomia é um dos aspetos culturais mais relevantes dos povos e, no caso português, o bacalhau é o seu ex‑libris, dentro e além fronteiras. No Natal, serve‑se o “fiel amigo” na não menos fiel “prata da casa”, enche‑se a mesa de porcelana. Embaixadas intangíveis que delimitam a história, prolongando a viagem.
CM ÍLHAVO
Em quatro equipamentos - Laboratório, Fábrica, Casa e Cais - é dinamizado um programa de ação holístico, que pretende ampliar a importância das atividades culturais na vida quotidiana e apoiar os profissionais da cultura.
CASA CULTURA ÍLHAVO
A Casa da Cultura é um equipamento especializado numa programação eclética e multidisciplinar. A aptidão deste espaço para apresentar espetáculos exclusivos, estreias e antestreias tira partido de um conjunto reforçado de parcerias e de redes, posicionando Ílhavo no roteiro nacional de programação de artes performativas.
FÁBRICA IDEIAS GAFANHA NAZARÉ
A Fábrica das Ideias é um equipamento cultural especializado em residências de criação, particularmente vocacionado para as artes visuais e performativas
Ao propósito de acolher e apoiar artistas em processo de criação, junta-se o de trazer a produção cultural para o dia a dia da Gafanha da Nazaré: promover a permanência dos artistas e potenciar o seu cruzamento com os públicos, desmistificar os processos de criação e conceber projetos em parceria com a comunidade.
LABORATÓRIO ARTES TEATRO VISTA ALEGRE
O Laboratório das Artes é um equipamento cultural especializado nas áreas da experimentação, pesquisa, investigação e formação. Para um projeto com a dimensão do 23 Milhas é essencial que exista um espaço – físico e conceptual – dedicado ao pensamento e à exploração nos domínios da criação artística, das ciências sociais e das práticas do setor cultural.
CAIS CRIATIVO COSTA NOVA
O Cais Criativo é um equipamento, de programação e residências, cuja especialização tem um caráter sazonal. Na primavera e no verão, a programação pretende tirar partido dos fluxos turísticos, criando um conteúdo complementar à praia.
Partindo das 23 milhas náuticas de alcance luminoso do Farol da Barra, monumento concelhio e nacional, “de luz subitamente tão acesa, de noite e ausência tão rapidamente volvida”, a luz começou a ditar as regras da construção gráfica da representação. Não só da representação figurativa, mas também do significado direto de uma identificação local/regional que se interliga com o território global - uma vez que os limites luminosos de um farol se fundem com todos os congéneres.
A partir da ideia de circunferência luminosa, com a natural e evidente identificação de quatro espaços (ideia igualmente ligada à codificação luminosa do Farol da Barra, composta por quatro luzes fixas), o círculo separa-se em quatro partes iguais, cada uma representativa de cada um dos espaços culturais.
O logotipo do projeto global, 23 Milhas, remete-nos para a representação estilizada de elementos ligados à navegação: um quadrante, uma embarcação ou o feixe luminoso de um farol.
O primeiro concerto dos Perpétua foi na Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré, no dia 6 de novembro de 2020. Já não é de agora que conhecemos a Beatriz, o Diogo, o Rúben e o Xavier.
Dar perguntas para ver. “Diário de Uma República II” é o segundo capítulo de uma jornada de 10 anos em que a companhia Amarelo Silvestre se propõe a olhar para o país através da fotografia e do teatro, à luz de alguns temas como o trabalho, a justiça ou a habitação.
Os Concertos no Património do Grupo de Música Contemporânea Síntese têm marcado uma posição na promoção da música contemporânea em contextos onde ela habitualmente não chega, integrando-a no património local – histórico, cultural e natural - e, desta forma, valorizando-o.
Pedro Abrunhosa, viajante - como provou, há vinte anos, com o seu álbum de estreia “Viagens” - escritor, homem de palco por excelência. É na estrada que se reencontra porque é na estrada que tem oportunidade de cantar as suas canções a quem as sabe de cor.
MAIS ALTO! é um concerto comentado que desafia as crianças e os mais jovens a refletir sobre o poder da música nas mudanças políticas e sociais.
Esta formação de teatro com António Fonseca, irá debruçar-se sobre três questões principais do que é "Fazer Teatro"
Na época pascal, a Orquestra Filarmonia das Beiras apresenta um concerto com a interpretação das obras Stabat Mater de Vivaldi e Canções Bíblicas Op. 99 de Antonin Dvorak. À Orquestra junta-se o contratenor João Pedro Azevedo e o barítono Job Tomé, sob a direção do maestro Jan Wierzba.
Em 2021, o Teatro Dom Roberto foi considerado Património Cultural Imaterial. A sua tradição faz parte da cultura popular do teatro de fantoches em Portugal. Através do humor e do sarcasmo, ridicularizam-se os valores do seu tempo, mas também os deste tempo.
Mr. Bo combina máscara e clown, num espetáculo para toda a família, sem texto, que conta a história de um homem e dos seus três servos que, habituados a viver as suas vidas a obedecer às ordens que o seu amo lhes dá desde crianças, não conhecem o mundo de outra forma.
“A Grande Fantochada” é um formato inédito, criado pelo humorista Hugo Van der Ding, que recria a História de Portugal (e outras histórias) num espetáculo ao vivo com marionetas, manipuladas pelo próprio e pelo ator Vítor D'Andrade, acompanhados pela pianista Joana Gama no seu toy piano.
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