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O Acorda à Tarde começou por ser um ciclo de cordas em que os grandes focos eram a criação de momentos intimistas tanto pelo espaço em que acontecem - o Laboratório das Artes do Teatro da Vista Alegre -, como pela conversa, acompanhada de chá e biscoitos, com os artistas, que estes concertos de domingo proporcionam no final do espetáculo. Se algo que se mantém intocável neste ciclo, por muitos temas e artistas por que passemos, é essa ideia de intimidade. Domingo pede casa e o Acorda à Tarde transformou-se num lar em que o conforto é, além da música, a gentileza do encontro.
Matt Elliott, Paulo Bragança, Emily Jane White e Jonas, os cantautores do ciclo em 2022, são os portadores da tensão que só pode sentir-se quando estamos perto uns dos outros. A mesma tensão que faz com que as cordas dos instrumentos se comprimam para fazerem soar a música. A mesma tensão que faz com que as cordas vocais façam irromper a voz. A mesma tensão que une as pessoas para se descobrirem.
Elliot, Bragança, Jane White e Jonas: são todos diferentes, mas possuem algo em comum: o desassossego. Em todos existe um confronto permanente e inquietante entre ternura e cansaço, caos e euforia, horror e regeneração. Todos se encontram em busca de algo. Não descobriram a cura, mas acordar e partilhar a dor, só pode torná-los, tornar-nos, mais fortes.
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