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17-07 ENTREVISTA: Nuno Sacramento e André Capote

A cultura do dia a dia por Nuno Sacramento e André Capote, em entrevista

Nuno Sacramento e André Capote são irmãos. No melhor sentido da expressão, só se estragou uma casa: Nuno seguiu as pisadas do pai, José Sacramento e, tal como ele, tornou-se marchand de arte, é diretor e fundador da Galeria de Arte Nuno Sacramento - Arte Contemporânea, sediada em Ílhavo; o mais novo, André Capote, é artista plástico e professor, tem uma academia de artes plásticas e ainda arranja tempo para tocar bateria numa banda de rock ilhavense. A arte é uma viagem e Ílhavo cabe-lhes sempre na bagagem: ida e volta.

O que se faz na Galeria Nuno Sacramento?

Nuno Sacramento: A Galeria Nuno Sacramento é um projeto que começou em 2005, depois de anos de experiência na área. Comecei a trabalhar em 1991 com o meu pai, José Sacramento, que tinha uma galeria de arte em Aveiro que promovia várias exposições e alguns artistas que, hoje em dia, têm bastante projeção. Comecei por abrir uma galeria em Aveiro, onde comecei a trabalhar com alguns artistas com quem sentia o feeling que podiam crescer. Numa galeria de arte, somos bombardeados diariamente com currículos de artistas que querem trabalhar connosco e temos que ser muito honestos, filtrar ao máximo, saber dizer não. Neste momento, temos uma equipa de 14 artistas residentes e outros que flutuam nos projetos para câmaras, museus e centros culturais.

Como surge a decisão de se sediarem em Ílhavo?

NS: Houve um dia em que vendi um quadro relativamente caro e foi tudo tratado por e-mail. Percebi que não fazia sentido ter um espaço muito grande para poder vender arte, que através das plataformas online se conseguia fazer muita coisa. Foi quando decidimos vir para Ílhavo: onde nascemos, vivemos, estudámos e temos a nossa família. Hoje somos uma galeria de província, mas não nos consideramos provincianos. Vamos a feiras internacionais, viajamos muito, estamos a trabalhar em dois mercados muito fortes. O meu pai, que já se reformou, está a trabalhar muito com o mercado cubano, artistas de primeira linha. E acabámos de passar quatro anos, divididos em períodos de meses, em Angola.

Como é que se chega a Angola?

NS: Há quatro anos começámos a fazer um trabalho com Angola, a convite de um banco angolano. Convidaram-nos para irmos até lá, para escolhermos artistas angolanos para fazerem uma coleção de arte. Para fazermos o “trabalho de casa” viajámos por todo o país, conhecemos todas as províncias, descobrimos muitos artistas. Alguns deles já estiveram em residência artística em Ílhavo. O Kapuka, por exemplo, viveu em Ílhavo durante dois meses

E essa nem foi a vossa única residência artística

NS: Exacto, não foi a nossa única residência artística. Já fizemos, há muitos anos, o Festival de Escultura na Costa Nova e costumamos ter muitos artistas de fora a trabalhar connosco cá.

Porque é que é tão importante ter aqui artistas de fora a fazerem residências artísticas, a trazerem o trabalho deles para cá e levarem algo de cá para o trabalho deles?

NS: Nós somos uma galeria privada, que vive disto a 100%. Os artistas que nós convidamos são artistas que nos dão garantia de continuidade, que têm currículo, que têm qualidade, que têm força para se poder vender. Aqui não há muitos artistas na região. O talento não se adquire, a universidade ajuda, mas não se compara talento com canudo. O talento é uma coisa inata. Nós convidamos artistas de fora, mas também trabalhamos com artistas da região, por exemplo com um artista muito bom que é de Cantanhede, o Juan Dominguez.
André Capote: Não há muitos artistas profissionais na nossa região, no campo profissional, que vivam apenas da arte.
NS: Há um ou outro artista que dá aulas em casa ou numa secundária, mas que não estão tão focados na sua carreira.

Mas tu, André, além de trabalhares enquanto produtor de arte, tens outra vertente que é, precisamente, formativa. Que projeto é esse?

AC: Eu estive muitos anos a dar aulas em escolas. Em 2013, comecei a pensar numa escola particular e abri uma academia de desenho e pintura. Como artista, continuo a pintar e a vender, mas também gosto muito de ensinar e tenho muito prazer no que faço: três dias são dedicados ao ensino e outros três dias são investidos nas artes plásticas.

Quem são os teus alunos? Porque é que vão para a academia?

AC: A academia tem vários alunos da região, desde Ílhavo aos arredores, e dos 8 aos 80. 20%, no máximo, querem ser artistas. Os outros estão na escola por prazer. A Arte é um conceito muito do dia-a-dia, muito experimental. Neste momento, tenho cerca de 20 alunos. Há lá pessoas que nunca pensaram nas artes e vinham mais para ocuparem o seu tempo livre e que agora ganharam um gosto muito grande pelas artes visuais. Além de pintarem com grande prazer, também vão às exposições com muito interesse.

Em termos de futuro, no vosso trabalho, o que esperam da ligação com Ílhavo?

NS: No futuro, gostava que as gentes de Ílhavo aparecessem mais nas nossas inaugurações que anunciamos sempre através do site da Galeria Nuno Sacramento e por outros meios muito acessíveis. Vamos continuar a ser profissionais, trabalhar mais e melhor e trazer a Ílhavo o que de melhor se faz nas artes plásticas e na arte contemporânea. Somos uma galeria de artistas mais emergentes, mas também temos trabalhos de artistas consagrados. Lançámos agora um site, o Art Feeling, de vendas de obras online de colecionadores. A curto prazo, a nossa galeria vai ter uma exposição de um artista angolano, Albino José da Conceição, entre outras exposições, do Duarte Vitória e da Cristina Trofa, que podem ir acompanhando no site e nas redes sociais da Galeria. O futuro é trabalhar mais e melhor, com honestidade, com foco, sempre de uma forma séria e com os pés bem assentes na terra.
AC: Sim, é na linha do que o Nuno disse, sempre a acreditar muito no futuro. Aliás, eu acredito sempre muito no futuro da arte.

Planteia
OFICINA
24
Sep
10:30
Planteia em família
"A memória das árvores"

As árvores são seres vivos que vivem muito anos. Será que as árvores têm memória? Que memórias guardam as árvores? E nós, que memórias temos das árvores?

Planteia
OFICINA
10
Sep
10:30
Planteia em família
Oficina dos Superpoderes

As plantas têm superpoderes, nós só temos de os descobrir. Sabiam que podemos fazer poções para a calma com flores? E que, para ficarmos concentrados, só precisamos de cheirar uma planta?

Planteia
OFICINA
6
Aug
10:30
Planteia em família
Oficina dos Pássaros

Os pássaros encontram no Planteia um lugar no centro da cidade para parar. Que histórias trazem os pássaros destas viagens que todos dos dias fazem sobre os telhados de Ílhavo?

Cais Criativo
Theater
23
Sep
19:00
Orquídea
Bandevelugo + Comunidade a partir de Natália Correia

Orquídea é a procura de um novo espaço de transgressão, em que palco e poesia se unem para explorar o erotismo, a liberdade e o feminino.

Cais Criativo
Music
5
Aug
19:00
Coro da Madrugada
interpreta José Afonso

Foi a comunidade que aceitou trazer a sua voz (e a de outro amigo também) para celebrar em conjunto o legado de José Afonso.

Município de Ílhavo
DANCE
11
Jul
10:00
Companhia Jovem de Dança
Inscrições para a nova criação

Os trabalhos para a nova criação de Companhia Jovem de Dança de Ílhavo arrancam já no dia 16 de julho, na Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré. Este ano, a Companhia trabalha não só com as escolas do Município de Ílhavo, como estende o desafio a todos os jovens dos 14 aos 18 anos, com formação prévia em dança.

Casa Cultura
Theater
29
Jul
21:30
Templo de Sílica
xullaji & Peles Negras Máscaras Negras

Este é um ensaio, permanentemente em aberto, sobre tecnolatria, fascização tecnológica, colonialismo digital e necropolítica, que explora a ideia de humanização das máquinas e da robotização dos humanos.

Planteia
OFICINA
23
Jul
10:30
Planteia em família
Oficina das Flores

Já viram uma flor? Mas já olharam mesmo bem para cada flor?

Fábrica Ideias
Theater
30
Sep
21:30
Os Idiotas
Terceira Pessoa

Um grupo de atores e atrizes junta-se para questionar o seu ofício e a sua existência enquanto agentes do acontecimento teatral.

Cais Criativo
Music
25
Aug
19:00
COBRACORAL
Concerto

COBRACORAL entrança as vozes de Catarina Miranda, Clélia Colonna e Ece Canli. Miranda explora a oralidade de um ângulo coreográfico, Colonna pesquisa sobre as tradições polifónicas da Ásia e do Mediterrâneo, e Canli investiga práticas de voz expandida.

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