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VISTA ALEGRE com a arquiteta Sofia Senos e Duarte José Fradinho

A Indústria da Vista Alegre atrai a Ílhavo inúmeros visitantes pela sua produção artística de peças em porcelana. Mas a sua importância vai muito para além disso. Numa primeira visita, fomos com Duarte José Fradinho (nascido, criado e ainda habitante do bairro Vista Alegre) e voltámos depois com a arquiteta Sofia Senos, para Olhar por Dentro através da sua interpretação sobre este bairro industrial, um exemplo maior de ideologia que se construíu sob forma de urbanidade e comunidade.

Este artigo foi escrito pela arquiteta Sofia Senos, como parte de uma investigação realizada há mais de uma década. Poderá descarregar o artigo completo aqui.



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Sofia Senos (Ílhavo, 1983) é licenciada em arquitectura pela Universidade de Coimbra (2008) e tem um Mestrado em Ensino de Artes Visuais pela Universidade de Aveiro (2011). Sofia estudou um ano na faculdade de arquitectura Valle Giulia em Roma e trabalhou em Madrid na empresa Bloom Consulting.


Em 2016 leccionou as cadeiras de História da Arquitectura Portuguesa I e II na Universidade Lusófona. Actualmente é aluna de doutoramento e dedica a sua investigação ao tema das colónias industriais, concretamente aos aspectos relacionados com ideologia, estética e metodologias de identidade.

Em 2007, com o seu irmão Ricardo Senos, fundou o atelier M2senos-arquitectos, no qual mantem a sua actividade profissional.

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Descarregar mapa do percurso

1824 é o ano de fundação da fábrica da Vista Alegre (VA). Ainda se hesitava na produção de porcelana e já se construíam habitações para os operários e alguns serviços sociais, entre os quais a produção agrícola, que garantiam (ou contribuíam) para uma autossuficiência.

 

Em 1924, o bairro operário é alargado, privilegiando-se a organização hierárquica, a habitação unifamiliar de estética rural-nacionalista, com referências ao imagináriovernacular, influenciadas por Raul Lino, o arquitecto da “Casa Portuguesa".



Propõe-se assim um exercício interpretativo e especulativo sobre o património urbano e arquitectónico da VA, numa perspectiva que, livremente, se denomina de estético-ideológica:


Ideológica- no sentido da relação entre o poder e as comunidades - do Estado com o povo. No caso concreto entre a relação da administração da fábrica e os seus operários. Ou seja, os princípios burocráticos de organização espacial e laboral impostas na comunidade fabril, transversais à integridade dos indivíduos, enquanto operários e enquanto homens. É se da Vista Alegre a tempo inteiro: no trabalho, na família, nos tempos livres.


Estética- na forma como o poder se materializa, organiza - se torna visível.

Por estes anos, concretamente na VA, falamos de uma estética arquitetónica, que se liga aos modelos proto-modernistas que emergem no final do século XIX, em especial os movimentos do Arts & Crafts e Cidade-jardim, que se reflectem no movimento da “Casa Portuguesa”.

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1924 é uma data simbólica. Representa todo o período de celebração do 1º centenário da fábrica, que se inicia em 1921 e se prolonga até aos anos 30.

 

Porquê a seleção deste período em quase 200 anos de história?

Porque reflete as complexas primeiras décadas do século XX.  A empreitada de 1924 é descendente directa de uma vanguarda europeia e remete-nos para ascendentes nacionais, uma espécie de embrião, que antecipa as opções tipológicas e até estilísticas, do que viriam a ser bairros de renda económica do Estado Novo, como a Encarnação, Madredeus ou Caselas.

 

Voltando à Europa, as colónias industriais são criadas para viabilizar indústrias e manufacturas. No início do século XIX, os contextos geográficos e em especial os problemas sociais existentes tornavam extremamente difícil a contratação de mão de obra especializada. Assim desde experiências mais filosóficas, como os “falanstérios”, às mais pragmáticas, como as de Robert Owen, o modelo de Colónia Industrial é focado no trabalho.



Aí reside o interesse histórico das Colónias Industriais: modelos urbanos/arquitectónicos experimentais, que de alguma forma “artificializam” a “cidade”, com o objectivo de criar, por um lado, condições de permanência, e por outro, criar uma “cultura” própria, uma “identidade” de lugar, que é também a cultura da indústria que a promove.

 

Existe uma clara consciência dos patrões, em especial os que têm as suas manufacturas reféns de competências artísticas, como é o caso da Vista Alegre, da importância da criação destes “Ecossistemas” que apelam a permanência (e também à formação) de mão de obra qualificada, em geografias isoladas, com contextos sociais muito difíceis, com níveis de escolaridade muito baixos.

 

Em Inglaterra, já na segunda metade do séc. XIX, é o conceito de Cidade-Jardim, um modelo de planeamento já ligado ao imobiliário, que rapidamente é entendido como adequado para a resposta aos problemas sociais emergentes: para o “novo homem”, trabalhador, responsável, desportista, limpo e saudável, pacífico e bom chefe de família.

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Em 1924, já com respeitáveis 100 anos, a produção da VA está em declínio. O então Director João Theodoro Pinto Basto, em estreita colaboração com Eduardo Pinto Basto, desenvolve uma estratégia de celebração do centenário da fábrica baseada em 3 frentes:


1ª frente – Produção industrial: modernização dos equipamentos/fornos; reintrodução das aulas de desenho; contratação de artistas de renome portugueses: Roque Gameiro, Delfim Sardo, Raul Lino, etc.


2ª frente – Exposição celebrativa no Museu de Arte Antiga em Lisboa que mobiliza o País na recolha de exemplares significativos de 100 anos de produção VA. A comissão organizadora é notável, composta por nomes como Columbano Bordallo Pinheiro, Afonso Lopes Vieira, Egas Moniz, Reinaldo dos Santos, José Malhôa, José de Figueiredo, etc.


frente – Intervenção no bairro operário em vários níveis:

. Aposta nos serviços: sendo o mais sintomático: a comissão dos desportos e recreios (os tempos-livres assumem um papel predominante na estabilidade da comunidade e da fábrica);

. infraestruturação: luz, esgotos, lixos, manutenção;

. aumento do bairro em 4 casas para chefes de serviço; 17 para operários, 6 para empregados e mestres.

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© Ricardo Gonçalves

O bairro operário segue o modelo da cidade-jardim, com a introdução de zonas verdes, ruas arborizadas (as espécies escolhidas de forma criteriosa), e uma malha mais orgânica, mas que é absolutamente hierarquizada: há a rua dos engenheiros, dos encarregados, dos operários ... a casa do Director. Cada um sabe o seu lugar e assume-o como seu.

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Privilegia-se a moradia individual. Mesmo nas tipologias em banda reforça-se esta ideia, adequando a arquitectura à unidade “família”, incutindo assim um sentimento de propriedade individual, com pequeno jardim e quintal.

Neste sentido é muito interessante comparar com as tipologias existentes na VA do século XIX, com tendências mais colectivistas e com uma implantação menos “loteada” relativamente aos arruamentos.


Estas habitações remetem-nos ainda para uma questão de estilo. O embasamento “amarelo-alentejo” foi provavelmente introduzido durante a empreitada do centenário, e não está na origem destas habitações.



E o estilo é tudo. Todo o universo construtivo deste período (e até aos anos 40) expõe-nos à “Casa Portuguesa”. Tudo contribui para a criação de um ambiente de “aldeia portuguesa” – ainda que imaginária – os embasamentos, as floreiras, os alpendres, os beirais dos telhados, mais ou menos desenhados, de forma mais ou menos erudita. Aliás os modelos mais interessantes, como a casa do Director, volumetricamente não deixa de nos remeter para um estilo Arts & Crafts, bastante austero, sem deixar de integrar os pequenos elementos de “Casa Portuguesa”.

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A “Casa Portuguesa” é uma opção consciente, de um promotor culto. Há uma intenção estruturada de aumentar a qualidade e competitividade da sua fábrica assente um esforço continuo promover a comunhão social no bairro operário, sabendo que a produção de porcelana é umbilicalmente dependente da dignidade do homem que a produz.

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e porque o conhecimento ocupa (bom) lugar...



É provável que Raul Lino, o arquitecto da “Casa Portuguesa”, com formação germânica, admirador de Muthesius, arquitecto ligado ao Deutscher Werkbund e à primeira Cidade-jardim na Alemanha (Hellerau), tenha tido um papel relevante na Vista Alegre. Vejamos:

Raul Lino era amigo e arquitecto da família Pinto Basto: desenha um palácio para Eduardo Pinto Basto em Sintra (1914) e outro em Cascais para António Pinto Basto.

Desenha um serviço de louça para produção VA no contexto das celebrações do centenário.

Os melhores amigos de Raul Lino: Roque Gameiro, Afonso Lopes Vieira, Columbano Bordalo Pinheiro, fazem todos parte da Comissão organizadora da exposição no Museu de Arte Antiga.

Escreve dois livros, provavelmente por influência directa de Muthesius, sobre Casas Simples, onde teoriza e desenvolve modelos de habitação popular - “manuais” que facilmente aplicamos bairro operário da VA. 

Uma casa demolida recentemente na Vista Alegre remete para um dos modelos publicados nos livros de Raul Lino.

São evidentes as semelhanças entre a Rua Duarte e o Bairro Operário de Olhão, cuja autoria é de Carlos Ramos em 1918, enquanto estagiava no atelier de Raul Lino.

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