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ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO NAVAL com o António Vítor N. de Carvalho

Nem só de edifícios se fala quando nos referimos a arquitetura. As “casas do mar” também resultam de um trabalho de construção pensado, medido e preciso, cheio de particularidades técnicas e até estéticas. Pela importância que a Ria de Aveiro e a relação com o mar sempre impôs ao concelho de Ílhavo, a construção naval cedo se assinalou como uma das atividades inerentes a este região. Obedecendo a uma lógica ancestral de conservação de saberes transmitidos de geração em geração, sempre pautada pela chancela do sigilo supremo, os mestres construtores navais representam o espírito desse conhecimento reservado e antigo que, com a ajuda de António Vítor N. de Carvalho, fomos desvendar.



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António Vítor N. de Carvalho é docente no Departamento e Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro onde leciona unidades curriculares de História de Portugal, História da Educação, e História e Geografia de Portugal.


Além de desenvolver investigação na área da História da Educação e da Didática da História e da Geografia, também se tem dedicado à História Económica e Social Contemporânea com trabalhos  centrados nas áreas da História empresarial, História das pescas e História da construção naval.

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Assim, orientou-se o nosso percurso dentro do concelho de Ílhavo a partir de pontos de referência selecionados para rememorar/mostrar o que resta da arte da construção naval local. Um percurso que seguiu pela Malhada de Ílhavo, Gafanha da Nazaré, Gafanha da Encarnação e Gafanha do Carmo, num sentido quase inverso ao tempo, desde os lugares mais antigos e mais emblemáticos para a construção naval em Ílhavo, até aqueles onde, ainda hoje, se encontram os mestres desta sabedoria.


Iniciámos a nossa visita no Cais da Malhada, a “Ribeira” de Ílhavo como nos mostrou o nosso guia. Esta é uma parte importante do território veiculada para uma ligação mais íntima à Ria e ao mar; uma zona de contacto, um ponto de partida e de chegada, um espaço sinónimo, também, da dinâmica económica local. António Vítor Carvalho assinala-nos a existência, em outros tempos, da atividade da construção naval neste espaço físico, designadamente na construção de bateiras, barcos de pesca para o mar e varinos grandes situados entre os 15 e os 25 metros; como também a instalação do estaleiro naval do Mestre José Bolais Mónica que aqui lançou embarcações à água entre 1888 e 1889.

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Na passagem para a Gafanha da Nazaré, uma paragem no actual porto bacalhoeiro foi obrigatória pois foi num determinado ponto do atual porto que, em 1889, José Bolais Mónica fixou a sua unidade de construção naval em madeira deslocando-a da Malhada de Ílhavo para a Gafanha da Nazaré. Este estabelecimento funcionou como elemento impulsionador da economia local ficando simplesmente eternizado como Estaleiros Mónica (também apelidados de Estaleiros da Gafanha). Nesse mesmo ano de 1889 terá lançado à água a primeira construção efetuada na carreira da Gafanha: o hiate Razoilo. Seguiram-se chalupas, outros hiates, rebocadores, escunas, palhabotes, patachos, caíques, batelões, um navio a vapor e os famosos lugres bacalhoeiros e navios-motor (também destinados à pesca do bacalhau). Até ao cessar de actividade dos estaleiros, em 1981, estes constituíram-se como uma verdadeira escola da construção naval em madeira, absorvendo uma quantidade de mão-de-obra considerável e construindo uma diversidade de modelos de embarcações que se espelhavam nas águas da Ria e que desbravaram os desafios do mar alto.



Inevitável neste ponto foi a evocação a Manuel Maria Bolais Mónica que assumiu o Estaleiro em 1926 e projetou-se como o mais proeminente construtor naval português na especialidade de construção de navios em madeira.

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Seguimos até à Gafanha da Encarnação onde tínhamos encontro marcado com um “conde” da construção naval. António da Silva Lopes Conde pertence à destacada dinastia dos Condes (das Gafanhas – da Encarnação e do Carmo) conhecida pelos seus afamados carpinteiros e construtores navais. Este artífice instalou o seu estaleiro na Gafanha da Encarnação no final do século passado.


António Conde aprendeu esta arte com o seu pai (António Lopes Conde), logo na infância. Desde os 7 anos que fugia da professora e juntava-se ao pai no estaleiro, que o ensinava através daquele velho método: “mandava-me fazer”!

O Mestre António Conde ainda retém alguma nostalgia pelo tipo de embarcações que, noutra altura, desenhou e construiu mas, após a passagem por vários estaleiros navais, o lastro de experiência acumulada pelo Mestre Lopes Conde permite-lhe, desde há 20 anos, trabalhar um outro tipo de matéria-prima mais moderna (quando comparada com a madeira) que considera como um recurso pleno de sustentabilidade futura: a fibra de vidro. Conta-nos que hoje em dia “não há pescador nenhum que peça barcos em madeira”. Assim, António Conde tem vindo a conceber vários tipos de embarcações em fibra de vidro destacando-se, entre outras, as unidades destinadas à pesca costeira (desenvolvida em mar alto) que podem atingir até 12 metros de comprimento e 6/7 toneladas de arqueação.

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© Ricardo Gonçalves

Já na Gafanha do Carmo, na Rua Central, fomos ao encontro do estaleiro/oficina do Mestre Victor Domingues que se apresenta, provavelmente, como o último reduto de carpintaria naval ainda em laboração no concelho de Ílhavo! Apesar de conseguir identificar algumas referências a carpinteiros e a calafates existentes na família, o Mestre Victor Domingues aprendeu os segredos da arte na Gafanha do Carmo, com o carpinteiro naval Manuel Conde, tendo construído a sua primeira embarcação também muito jovem, aos sete anos de idade!



Embora o local onde se encontra instalado este estaleiro registe uma tradição forte no domínio da carpintaria civil, a construção naval em madeira aqui desenvolvida deve-se exclusivamente à ação do Mestre Victor Domingues que conta com mais de quatro décadas na construção e reparação de embarcações típicas da Ria de Aveiro – feitas em madeira e segundo moldes tradicionais.

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À medida que passámos de construção em construção percebemos toda a estrutura de um barco construído em madeira, as várias peças, os instrumentos, as várias hierarquias específicas, aquelas que ficam à vista e as que fazem parte da ossatura do navio; um trabalho que parece um verdadeiro puzzle tridimensional. E, apesar de hoje poder apoiar-se em maquinaria moderna, Victor Domingues ainda recorre em certas ocasiões, mais por necessidade do que por nostalgia, a instrumentos antigos e manuais. Como refere o Mestre, “por vezes a precisão é maior”!


A relação de Ílhavo com o mar e a ria traduz-se em inúmeras actividades e conhecimentos específicos relacionados com este setor específico de atividade – hoje precipitadamente à beira da extinção na região Sul da Ria –, a construção naval em madeira representa também uma referência inequívoca de identidade nacional, regional e local. O retorno ao passado e às exigências que tornaram estas actividades profícuas não é possível nem desejável mas talvez novos modelos se desenhem. Provavelmente, ainda voltaremos todos a usar o moliceiro ou o mercantel para ir de Ílhavo às Gafanhas.



Embora o local onde se encontra instalado este estaleiro registe uma tradição forte no domínio da carpintaria civil, a construção naval em madeira aqui desenvolvida deve-se exclusivamente à ação do Mestre Victor Domingues que conta com mais de quatro décadas na construção e reparação de embarcações típicas feitas em madeira segundo moldes tradicionais.

Lamentavelmente, o Mestre Vítor Domingues faleceu em 2020 – partiu um dos últimos artistas no ativo da construção naval em madeira do concelho de Ílhavo! Este texto presta-lhe a devida, e merecida, homenagem! 

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e porque o conhecimento ocupa (bom) lugar...



Diferentes Ofícios

A construção naval é uma arte complexa. Para além da enorme visibilidade assumida pelos carpinteiros navais, é necessária a conjugação de muitos outros ofícios que se articulam na construção e consumação de embarcações em madeira. Entre outros, podemos destacar os tradicionais serradores (que selecionam, serram e aprontam as peças de madeira) ou os clássicos calafates (que aplicam o calafeto – produto natural que garante a impermeabilização do navio); como também os especialistas no aparelho contemplando o massame (cabos usados no navio), o velame (conceção das velas) e o poleame (criação das peças que fixam o aparelho do navio) e os incontornáveis pintores que dão o toque, o colorido e a expressão, mais ou menos, vistosa final (cuja arte encontramos, flagrantemente, nas várias embarcações da Ria de Aveiro).

Os diferentes barcos da Ria

Na Ria de Aveiro podemos avistar vários tipos de navios típicos. Unidos pelas suas origens presumidamente de influência mediterrânica, estas embarcações diferem em tamanho, uso, e expressão mais ou menos garrida.

Parece consensual que o barco Moliceiro é o ex-líbris da Ria de Aveiro. Sendo profundamente elegante, o Moliceiro apresenta um fundo chato (navegando facilmente em águas pouco profundas) e proa e popa vincadamente recurvadas. Como indica o nome, está associado à recolha e ao transporte do moliço – algas essenciais para o enriquecimento dos terrenos agrícolas. O barco de transporte por excelência na Ria é o Mercantel que também revela um fundo chato e proa e popa arqueadas. Foi usado, desde sempre, para transportar todo o tipo de mercadorias na ria.. Ao Saleiro atribui-se o transporte de sal (há quem refira tratar-se de um mercantel preparado para o sal.). A estes juntam-se ainda os botes ou as múltiplas bateiras (das mais simples e polivalentes às bateiras ‘especializadas’ – como as erveiras, e as caçadeiras).

Turismo na Ria de Aveiro

Hoje em dia constata-se uma dualidade relativamente ao tipo de barcos que se deslocam na Ria. Se por um lado os navios de madeira constituem a imagem original do “trânsito” na laguna, construídos a partir da especificidade do local, como acontece com o barco moliceiro, o seu uso é quase exclusivamente associado à exploração turística. Por outro lado verifica-se a ligação da população local à água, que continua a ser forte, que se manifesta também em barcos construídos em fibra de vidro que correspondem a modelos genéricos mais baratos, duradouros e de manutenção fácil.

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