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A
ARQUITETURA RELIGIOSA com o historiador Hugo Cálão
Nesta visita guiada, numa manhã de sol e boa disposição,
acompanhámos o Hugo Cálão, ilhavense, mestre em História e património e membro
da Comissão Diocesana para os Bens Culturais da Igreja de Aveiro para nos falar
sobre o património religioso da cidade de Ílhavo. Sequentemente, o nosso
convidado narra essa manhã de conhecimento e sensibilização.
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O percurso iniciou na Casa da Cultura de Ílhavo
onde se explicou a urgência na salvaguarda do Património religioso em Portugal,
o investimento no seu inventário e estudo, divulgando-se sumariamente o imenso
trabalho realizado pela Comissão da Diocese de Aveiro e Secretariado Nacional
para os Bens Culturais da Igreja a este propósito.
Fez-se uma breve explicação sobre a importância
da cidade de Ílhavo, contextualizada na área da Diocese de Aveiro (sendo a sua
maior paróquia em termos de lugares de culto – Igreja paroquial de São Salvador
de Ílhavo e dezasseis capelas) onde historiador fez um breve relato dos
principais momentos da sua evolução histórica e contextualização da sua importância
geográfica (a ria de Aveiro, a faixa costeira e expansão marítima, o eixo viário
Aveiro-Vagos, ou Porto-Coimbra pelo litoral, a fertilidade das culturas e águas,
etc).
Seguiu-se caminho pelo centro da cidade, até ao
largo do Bispo, onde por contraste de fotografias foi feito um resumo histórico
sobre a Capela das Almas, vasto edifício religioso de planta hexagonal construído
em 8 de Julho de 1760 e demolido no advento da República em 13 de Dezembro de
1910, edifício que acolheu a Ordem Terceira de São Francisco de Ílhavo a partir
de 1861.
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Falou-se
igualmente da figura de D. Manuel Trindade Salgueiro, Arcebispo de Évora e da
sua importância e contributo à igreja de Portugal, como ilhavense e bispo do
mar, na época do Estado Novo e campanha de pesca do bacalhau na Terra Nova,
observando a soberba escultura do escultor Leopoldo de Almeida que o retrata.
Passando pelo Jardim Henriqueta Maia, seguimos
rumo à Igreja Paroquial de São Salvador de Ílhavo, evidenciando o percurso do
curso de água que vindo do Vale das Maias a sudeste de Vale de Ílhavo, desagua
no Rio Boco, na Malhada.
Chegando à Igreja, edifício vetusto de duas
torres sineiras, sumariou-se a sua edificação e ampliação para três naves no
século XVIII (1750-1775) pelos mestres de obra e arquitetura, Manuel Fernandes
de Ovar e António Francisco de Sá, referindo-se a sua similitude com a igreja
paroquial de Ovar, e explicando-se a mudança de orientação da edificação
renascentista anterior.
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Nesta
visitámos o interior e espaços que habitualmente estão inacessíveis ao público
(sacristia, vão posterior do retábulo mor, sala de guarda de património anexa),
observando as principais invocações de cada retábulo e escultura (desde a
renascença ao século XX), com destaque da imagem e retábulo do Senhor Jesus dos
Navegantes e sua importância devocional para os marítimos ilhavenses. Subimos
também à torre sineira onde se pode disfrutar de um panorama abrangente da Ria
e lugares vizinhos, parando no órgão de tubos do coro alto observando a funcionalidade
do seu mecanismo (someiro com fole, o secreto forrado a carneira).
Explicou-se que desde a renascença a Paróquia de Ílhavo era uma paróquia rendosa, onde a população, sobretudo marítima,
cedo se fez nos caminhos da diáspora, colonizando outras terras sazonalmente,
quer na pesca de costa quer na pesca longínqua.
Na sala
de guarda de património
anexa à Igreja, pudemos observar a imensa coleção de
cerâmica religiosa de porcelana da Vista Alegre, sumariando o historiador a
importância das Confrarias e Irmandades na aquisição dos objetos destinados ao
culto, sempre procurando os melhores artífices na produção dos mesmos.
Saindo da igreja paroquial, seguimos o
caminho habitual de muitas das procissões religiosas da cidade, percorrendo
a antiga Rua Direita, hoje Rua Arcebispo Pereira Bilhano ( Arcebispo de Évora, figura ilhavense importante no século XIX) e que liga a Igreja paroquial à Capela de Nossa Senhora do Pranto.
No fim da rua, frente à Capela de Nossa Senhora do Pranto, falou-se do
antigo edifício da Câmara Municipal de Ílhavo que ocupou um Convento e asilo de
crianças gerido por religiosas franciscanas provindas do extinto Convento da
Madre de Deus de Sá de Aveiro, assim como das principais alterações do largo e
desaparecimento do cruzeiro fronteiro à Capela.
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Entrando
observámos a magnífica talha e esculturas do retábulo-mor, provindo do extinto
Convento de Santa Ana de Coimbra, e a escultura renascentista em calcário da Pietá que
dá invocação à Capela e os interessantes retábulos colaterais
do barroco tardio, com influência rocaille. No final, seguimos em autocarro para o lugar da
Vista Alegre, vislumbrando a frente ria da Malhada de Ílhavo e canal do rio
Boco.
Integrada na atualidade no extenso complexo
fabril que alberga a fábrica de porcelana artística, visitámos a
Capela de Nossa Senhora da Penha de França da Vista Alegre, monumento nacional
construído em 1692 pelo bispo D. Manuel de Moura Manuel, edifício religioso
singular que conjuga, de forma integral e pelos melhores artífices de então: na arquitetura, na talha, no azulejo, na
pintura e na escultura barroca nacional.
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Explicou-se
o porquê do esquema mariano desta encomenda, enquadrada na devoção e culto à Virgem
da Penha de França e história de Simon Roland ou Simão Vale assim como se evidenciou a qualidade
artística de cada elemento, discriminadamente: o soberbo túmulo de D.
Manuel de Moura Manuel esculpido por Claude Laprade e escultura da Virgem da
Penha de França da fachada; os painéis de
azulejo pintados por Gabriel del Barco; a pintura do teto e da sacristia; a
esculturas, entre as quais São Fernando, rei de Espanha, tetravô do encomendador; os retábulos de talha dourada enriquecidos com
embutidos em pedra mármore coloridos atribuídos a João Antunes; etc.
Finalizando, visitámos no interior da antiga
casa da Fábrica, o primitivo oratório dedicado a São Caetano, de cronologia anterior à Capela, roteiro que habitualmente de encontra
fora circuito de visitas.
Ficámos, assim, a conhecer um pouco melhor o interior
e o contexto do património religioso da cidade, singular e distinto
dos demais das regiões circunvizinhas, quer pela sua dimensão e qualidade quer
pelas múltiplas características culturais que aborda, exemplo da
maritimidade em que se inscreveu.
Ficou, pois, a esperança de uma melhor divulgação, salvaguarda e, acima de tudo, uma boa comunicação sobre este
tema, tal como aconteceu nesta profícua manhã com o mestre Hugo Cálão.
e porque o conhecimento ocupa (bom) lugar...
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Para saber mais sobre a Capela da Vista Alegre, pode
ler artigo escrito pelo historiador Hugo
Calão aqui - https://www.academia.edu/44058754/CALÃO_Hugo_2018_A_Igreja_da_Vista_Alegre_de_Ílhavo_e_o_culto_à_Virgem_da_Penha_de_França
Sobre o importante património à guarda da Igreja de Ílhavo, destaca-se à custódia de prata dourada de cerca de 1575-78,
soberba peça de transição entre o tipo de custódia com hostiário em forma de templete para
hostiário circular, totalmente liberto de elementos arquitetónicos.
É uma peça de ourivesaria de grande dimensão e
uma das mais referenciadas custódias ao nível nacional, possível encomenda de D. Pedro de
Castilho, filho do arquiteto da Sé de
Coimbra Diogo de Castilho, prior de Ílhavo, mais tarde bispo de Angra, de
Leiria, vice-rei de Portugal e inquisidor-geral do reino.
Neste percurso pudemos admirar o edificado
construído no início do século XX
de cariz Arte Nova e Arte Déco do centro histórico da cidade, a multiplicidade de fachadas
com azulejos e ferros forjados dos varandins, altura em que Ílhavo presenciou
um maior desafogo económico
derivado à pesca
do bacalhau e estaleiros de construção naval. Espreitámos também a atual drogaria "Vizinhos"
que, entre latas, pinceis e materiais de construção, ocupa inusitadamente um
antigo teatro do século
XIX, com teto, galerias e boca de cena primorosamente pintadas a trompe-l'oeil.
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Há uma paisagem em Portugal que, não
parecendo à primeira vista, é constante e típicamente nacional, manifestando-se
em formas diferentes ao longo das várias geografias do país.
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No final de 2016, apresentava-se à cidade a nova entidade
cultural de Ílhavo, o 23 Milhas. Mas dar a conhecer este projeto de cultura é
também conhecer as suas “entranhas”, desde as suas pessoas aos seus
equipamentos (logo quatro!).
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Filipe Serra Carlos é, para além de historiador de arte, um enorme curioso por tudo
o que o rodeia em qualquer viagem que faça. Foi ao participar numa das nossas visitas
Olhar Por Dentro que surgiu o convite da Talkie-Walkie para o ter como especialista
numa visita sobre a Arte Nova.
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É
fácil encontrar detalhes do modernismo nas ruas do município de Ílhavo, do
centro à Costa Nova, em direção às Quintãs ou no Vale de Ílhavo. Mas há obras
que se destacam pela originalidade do seu desenho, não se assemelhando a nada
mas reportando para o seu contexto.
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Este artigo foi escrito pelo convidado, Paulo Morgado.
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Nem
só de edifícios se fala quando nos referimos a arquitetura. As “casas do mar” também resultam de um trabalho de construção pensado,
medido e preciso, cheio de particularidades técnicas e até estéticas.
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Em Ílhavo,
surgiram, nas duas últimas décadas equipamentos públicos que referenciam
culturalmente a cidade, não só pela sua programação mas também pela
singularidade arquitectónica, que espelha a (bio)diversidade histórica local.
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Como já dizia o barqueiro Manuel
da Graça, conhecido como Ti Ameixa, “O trabalho das
travessias é coisa a sério” e, nesta visita, Etelvina levou-nos a perceber porquê.
A barca da “passage”, o Cais da Bruxa, o Bairro dos Pescadores e Cais da
Malhada, ou a paragem obrigatória na Ponte da Vista Alegre, passagem para os
operários da Vista Alegre, faziam parte dos quotidianos e travessias de outros
tempos e ajudam-nos a perceber hoje a morfologia deste território.
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Maria João Fradinho, arquitecta ilhavense, depois de viver fora e noutros lugares de Portugal, regressou a Ílhavo em 2011 para criar o seu próprio estúdio de arquitectura Frari - Architecture Network. A Talkie-Walkie convidou-a para especialista desta visita Olhar por Dentro pela vontade de mapear formas de trabalhar no próprio território à luz de aprendizagens em contextos diferentes.
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“Diz-me a importância que atribuis à bicicleta e dir-te-ei que cidade és!” Assim responderam os convidados
desta visita quando a Talkie-Walkie propôs uma visita em bicicleta ao Laboratório de Planeamento e Políticas Públicas
(L3P), representado por Catarina Isidoro, Frederico Sá e
José Carlos Mota.
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Que a pesca seja, desde
sempre, uma narrativa constante na história ilhavense já todos sabemos. Mas desta vez a Talkie-Walkie quis
contar, através do saber da arquiteta Nide Santos, como essa actividade
construiu e caracterizou este território
a partir dos palheiros da Costa Nova.
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A
conjugação entre a técnica do desenho e observação enquanto arquitecto e o seu
gosto pelos temas marítimos da cultura portuguesa, faziam de Octávio Lixa
Filgueiras um investigador das embarcações tradicionais, assim o define a
professora Teresa Soeiro.
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A Salicórnia havia chegado aos sentidos da Talkie-Walkie há já muito tempo. Sabendo-a uma espécie autóctone das marinhas de sal, esta visita levou-nos até à Horta da Ria, na Ilha dos Puxadoiros, seguindo as
orientações de Júlio Coelho, professor de educação física muito curioso sobre a biodiversidade da Ria de
Aveiro e que se dedica à investigação e produção de Salicórnia desde 2013.
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O arquiteto João Paulo Cardielos levou-nos, de
bicicleta, à descoberta da expansão da cidade com base em três das suas
etapas‑chave. Trilhou-se um percurso‑narrativa sobre vivências, traçados
históricos e modos de fazer, sobre indústria e atividades económicas mas, acima
de tudo, sobre as inúmeras camadas do território que são consequência das
opções diacrónicas do seu desenvolvimento.
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Mallu Magalhães tem a particularidade de ser a dona descomprometida de uma leveza e ternura profundamente autênticas. Isso reflete-se na sua música, que tem tanto de doce como de manifesto e que é tão dançável como contemplativa.
A selva urbana do Planteia continua a crescer e, quem melhor do que Sofia Manuel, mais conhecida como A Tripeirinha, para não só desconstruir como tornar ainda mais bonito e fascinante o já curioso mundo das plantas.
Uma oficina de construção de marionetas a partir de objectos.
A forma como a natureza, e neste caso os jardins e as suas espécies e possibilidades evoluem, está intimamente sincronizada com as estações do ano.
Nos dias que antecedem o dia da construção, juntam-se pessoas de todas as idades em oficinas de preparação de elementos específicos.
Recycled é a versão em movimento de CRASSH, que levam ao público toda a sua energia e a interação característica dos seus espetáculos.
O prodígio brasileiro Yamandu Costa, que já passou a solo pelo Festim, convida agora, a juntar-se ao seu violão de 7 cordas, o bandoneon de Martín Sued e a guitarra portuguesa de José Manuel Neto, para uma cimeira musical em palco.
Os palcos do Festim vão ser tomados pela majestosa celebração destes ciganos do Rajastão, herdeiros de uma cultura milenar ligada às raízes musicais do deserto indiano.
Durante a manhã de domingo, crianças e adultos são convidados a espreitar e descobrir o jardim do Planteia.
Berlin Im Licht! é o álbum de estreia a solo do barítono Ricardo Panela, que nele se junta ao pianista Nuno Vieira de Almeida, editado pela Artway Records.
234 397 260
Para assuntos relacionados com bilheteira contactar os números 234 397 263